Dra Renata Belotto | WhatsApp
A palavra “fotônica” se refere à ciência da geração, emissão, transmissão, processamento, amplificação e detecção da luz. Já a biofotônica é a aplicação dessa ciência no tecido biológico. Nesse contexto, destacam-se duas terapias fotônicas que vêm sendo utilizadas em várias áreas da medicina: a terapia fotodinâmica e a terapia fotobiomoduladora.
Embora as aplicações das terapias fotônicas sejam relativamente recentes, os estudos sobre os efeitos curativos dessas abordagens terapêuticas são de longa data. As descobertas científicas feitas ao longo do último século possibilitaram sugerir possibilidades de aplicações nas mais diversas especialidades, como odontologia, dermatologia, enfermagem e ginecologia, entre outras.
Continue a leitura e conheça melhor essas formas de tratamento!
O que são e quais são as terapias fotônicas?
Terapias fotônicas são abordagens que utilizam as propriedades curativas da luz. Apesar da utilização de equipamentos modernos e de muitos estudos para comprovar os benefícios clínicos desses tratamentos, não é de hoje que se tem conhecimento dos efeitos terapêuticos da luz. Civilizações antigas, como os egípcios, gregos e romanos, utilizavam a luz solar para curar algumas doenças de pele.
As terapias fotônicas são aplicadas com lasers de baixa potência e diodos emissores de luz (LED).
Nessas abordagens, a luz emitida tem um comprimento de onda que se estende da faixa visível até o infravermelho próximo. A janela terapêutica para as terapias fotônicas fica entre 630 e 808 nm (nanômetros). A definição específica desse comprimento depende das respostas biológicas que se pretende obter, por exemplo, analgesia ou modulação da inflamação.
Conheça, agora, a Fotobiomodulação (PBM) e a Terapia Fotodinâmica (PDT) e entenda a diferença entre elas!
Terapia fotobiomoduladora
A terapia fotobiomoduladora — photobiomodulation therapy (PBM) — age em nível celular e molecular, ativando respostas que aceleram o reparo dos tecidos. É indicada para o tratamento de várias doenças, sendo eficaz em:
- modular a inflamação;
- reduzir a dor;
- reduzir o inchaço;
- acelerar o processo de cicatrização;
- melhorar a resposta imunológica.
O tratamento é simples, fácil de ser realizado, não é invasivo, não causa dor nem efeitos colaterais. Durante o procedimento, a área do corpo a ser tratada é exposta à luz de laser ou LED, sendo ajustados o tempo de exposição, a potência e o comprimento de onda, conforme o objetivo terapêutico.
Os resultados da PBM são rápidos, dependendo da gravidade da condição clínica. Após poucas sessões, o paciente já sente o alívio de dores e apresenta melhora tecidual em locais onde havia lesões.
Os tratamentos com laser de alta potência são ablativos, isto é, causam danos aos tecidos para ativar as respostas curativas. Já as terapias fotônicas não causam injúria tecidual nem aquecimento excessivo. Os efeitos terapêuticos são obtidos com mecanismos fotofisicoquímicos resultantes da interação da luz com partes importantes das células.
Terapia fotodinâmica
A photodynamic therapy (PDT) é uma modalidade terapêutica que requer o uso de um fármaco fotossensibilizante, que é ativado por luz em comprimento de onda adequado.
A PDT também é utilizada para combater microrganismos em áreas contaminadas, portanto, tem efeitos antibacterianos, antifúngicos e antivirais, além das demais ações curativas resultantes da exposição à luz.
O mecanismo de ação da PDT envolve a ativação do fármaco fotossensibilizante pela luz que irá causar efeito citotóxico, ou seja, morte celular fotoinduzida, além de induzir resposta imunológica local.
Inicialmente, a PDT foi reconhecida por sua ação letal sobre células tumorais. Estudos mostraram que se trata de uma alternativa não invasiva e promissora no tratamento de diferentes tipos de tumores.
Posteriormente, também foi comprovada a eficácia da PDT contra infecções bacterianas, virais e de outros tipos de microrganismos, passando a ser chamada, nesses casos, de terapia fotodinâmica antimicrobiana (aPDT).
Como ficou claro, as duas terapias fotônicas, PBM e PDT, envolvem o uso da ação curativa da luz, utilizando como fonte o LED ou o laser de baixa potência.
Quando essas terapias são indicadas?
As terapias fotônicas já são aplicadas em diversas áreas da saúde, mas vamos listar aqui as principais indicações em ginecologia.
A efetividade das terapias fotônicas está confirmada em casos de:
- HPV e lesões precursoras de câncer de colo do útero;
- líquen escleroso vulvar (LEV), líquen plano e líquen simples crônico;
- atrofia genital;
- dor e edema vulvar;
- processos inflamatórios e virais;
- neoplasias intraepiteliais do trato genital feminino;
- entre outras condições mais raras.
As terapias fotônicas têm importantes resultados clínicos na área de ginecologia e em várias outras especialidades médicas, mas ainda há espaço para mais comprovações sobre os benefícios dessa abordagem terapêutica. Portanto, temos um cenário promissor pela frente.
Leia agora o texto específico sobre terapia fotodinâmica e conheça essa técnica um pouco mais!
