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Candidíase: o que é e quais são os sintomas?

Por Dra. Renata Belotto

A coceira na região íntima — o termo clínico é prurido vulvar — é um dos sintomas mais comuns de alterações ginecológicas. Nem sempre está associada a doenças, mas pode ser uma manifestação de candidíase, dermatoses e outras condições que precisam de avaliação médica.

A candidíase é muito comum. Grande parte das mulheres tem algum episódio (ou surtos recorrentes) ao longo da vida. Por se tratar de uma condição mais conhecida, as pessoas também podem se equivocar com o sintoma, achando que toda coceira genital é sinal de candidíase, mas nem sempre é.

Existem doenças ainda mais sérias, como o líquen escleroso vulvar (LEV), que causam o prurido crônico e necessitam de tratamento, pois podem se agravar e trazer graves prejuízos à vida da mulher. Nesses casos, é importante não somente ficar atenta ao sintoma, mas também buscar avaliação com profissionais experientes, que possam dar o diagnóstico correto.

Veja neste post, quais são os sintomas de candidíase e como diferenciar essa de outras doenças!

O que é candidíase?

A candidíase é uma infecção causada por fungos que habitam a microbiota vaginal, principalmente, os do gênero Candida albicans. Esses microrganismos também colonizam o trato gastrintestinal e a região perianal.

A infecção se estabelece e os sintomas aparecem quando há uma proliferação anormal dos fungos na região vulvovaginal. Isso pode acontecer devido ao enfraquecimento das funções imunológicas e condições clínicas ou ambientais que tornam a hospedeira mais suscetível ao crescimento dos microrganismos.

Fatores fisiológicos, patológicos ou farmacológicos podem modificar a imunidade, facilitando o surgimento da candidíase, tais como: gravidez e puerpério; má alimentação; diabetes; uso de antibióticos, contraceptivos.

Quanto aos fatores ambientais que contribuem para o crescimento anormal dos fungos, estão: higiene inadequada; uso de vestimentas muito apertadas; uso de roupas íntimas feitas de materiais sintéticos; umidade prolongada na região genital, como nos dias de praia e piscina.

Embora não seja classificada como uma infecção sexualmente transmissível (IST), a candidíase também pode, eventualmente, ser transmitida por contato sexual. Por isso, como forma de cura ou prevenção, o tratamento pode ser direcionado à paciente e seu parceiro.

Quais são os sintomas de candidíase vulvovaginal?

Os sintomas característicos de candidíase incluem:

  • coceira intensa;
  • corrimento esbranquiçado;
  • inchaço e vermelhidão na vulva;
  • queimação ao urinar;
  • em alguns casos, escoriações e dor na relação sexual.

Dessa lista, a coceira na região genital é o sintoma mais comum, que se manifesta principalmente na vulva, mas pode surgir na vagina e no períneo. Contudo, o prurido também é a apresentação clínica mais comum do líquen escleroso e de outros tipos de líquen (plano e simples crônico).

O corrimento típico da candidíase se diferencia de outras infecções pela coloração esbranquiçada e a ausência de odor.

As escoriações/erosões ocorrem quando a mulher coça a região excessivamente, chegando a lesionar a pele. Nesses casos, há dor e ardência para urinar e para manter o contato sexual.

Os sintomas podem ajudar na suspeita da candidíase, mas, como vimos, não são exclusivos dessa doença. Outras vulvovaginites, dermatoses e infecções podem ter manifestações semelhantes. Sendo assim, é preciso passar por avaliação com ginecologista para ter certeza de qual é o quadro.

Como diagnosticar e tratar essa infecção?

A candidíase é diagnosticada a partir do exame clínico, que inclui a investigação dos sintomas e a inspeção ginecológica. A confirmação da infecção fúngica e a identificação do tipo de microrganismo (C. albicans ou não-albicans) é feita com análises laboratoriais a partir da coleta de uma amostra do conteúdo vaginal a fresco.

Para definir o tratamento da forma mais apropriada também é importante determinar se o diagnóstico é de candidíase vulvovaginal primária ou recorrente (com mais de 4 episódios no período de um ano).

A candidíase é, geralmente, tratada com fármacos antifúngicos, tópicos ou orais. A posologia do tratamento pode variar. Os casos de infecção recorrente, por exemplo, precisam de administração dos medicamentos por mais tempo.

Entre as alternativas atuais para o tratamento de doenças ginecológicas, estão as terapias fotônicas, sendo nesse caso representada pela terapia fotodinâmica (PDT).

Esse tratamento tem como foco o uso da luz para estimular respostas de cura e reparação em tecidos afetados por vários tipos de doenças. As fontes de luz utilizadas são os diodos emissores de luz (LEDs) e o laser de baixa potência.

Como a candidíase é causada por fungos, a terapia fotônica indicada é a PDT antimicrobiana, que envolve a aplicação de uma substância fotossensibilizante.

O agente químico e a emissão de luz, isoladamente, não são nocivos às células, mas quando o agente fotossensibilizador é ativado pela luz, ocorrem modificações que geram espécies reativas de oxigênio com efeitos citotóxicos. Assim, há o dano celular e tecidual na área afetada, interrompendo a ação dos fungos.

A PDT não é indicada somente para candidíase, também é eficaz no tratamento de infecções causadas por outros tipos de microrganismos, como vírus e bactérias. Além disso, tem ação antitumoral, o que destaca seus benefícios clínicos em casos de lesões precursoras de câncer no trato genital inferior — inclusive, já é uma terapia utilizada em outras especialidades médicas para auxiliar no tratamento de diversos tipos de câncer.

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