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Coceira na região íntima, o que pode ser?

Por Dra. Renata Belotto

Prurido vulvar é o termo médico para coceira na região íntima, uma das principais queixas das mulheres no consultório de ginecologia. É um sintoma que pode estar associado a diferentes causas, por isso, somente com avaliação do especialista, é possível descobrir se há doenças subjacentes.

Geralmente, as pessoas pensam em candidíase quando se fala em coceira na vulva, visto que essa é uma alteração ginecológica muito comum. Entretanto, há outras doenças, menos conhecidas, que são ainda mais preocupantes e que podem passar despercebidas.

Dependendo da causa, e se a mulher não buscar o tratamento certo, a coceira íntima pode afetar a qualidade de vida social e sexual.

Descubra, ao ler este post, o que pode estar por trás da coceira na região íntima!

Por que ficar atenta a alterações na região íntima?

A região íntima abrange regiões do trato genital inferior feminino, entre elas o monte pubiano, uretra, vulva, períneo, vagina, colo uterino, incluindo igualmente a região perianal.

Essa região do corpo da mulher é suscetível a inúmeras doenças — algumas causam sintomas bem desconfortáveis, outras podem ter manifestações discretas e inespecíficas. Em todo caso, o acompanhamento regular com um profissional de ginecologia é essencial para realizar exames de rotina, prevenir doenças e identificar alterações de forma precoce.

Dentre as doenças ginecológicas, existem aquelas de simples tratamento, assim como há outras que podem evoluir para condições graves, como o câncer. Portanto, é importante ficar atenta a alterações, incluindo a coceira na região íntima.

O que causa coceira na região íntima?

A coceira nem sempre está relacionada a alguma doença. Algumas causas comuns são: higiene inadequada, vestimentas com material sintético, uso de produtos íntimos irritantes, uso constante de absorventes e crescimento de pelos após depilação.

Por outro lado, isso pode ser sintoma de várias doenças, incluindo dermatoses, dermatites, infecções, desordens do sistema imunológico, problemas hormonais e até câncer. Sendo assim, se a coceira na região íntima for persistente, é preciso descobrir o que está causando o sintoma.

Veja quais doenças podem causar a coceira na região íntima:

  • candidíase vulvovaginal;
  • infecção por HPV, herpes genital e outras;
  • líquen escleroso vulvar (LEV);
  • líquen plano;
  • líquen simples crônico;
  • dermatite de contato;
  • deficiência de estrogênio, mais comum na fase da menopausa;
  • desordens neurológicas;
  • câncer de vulva.

Dentre essas doenças, a candidíase é a mais comum. É uma infecção, causada, principalmente, por fungos do tipo Candida albicans. Alguns fatores podem facilitar a proliferação desses microrganismos, tais como: baixa imunidade, umidade na região íntima por tempo prolongado, gestação e puerpério, diabetes, uso de roupas apertadas e com material sintético, entre outros.

Apesar da alta incidência da candidíase, nem toda coceira na região íntima está associada a essa condição. Por vezes, as causas são ainda mais preocupantes, como infecção por HPV ou líquen.

O HPV (papilomavírus humano) também é uma doença de alta prevalência. Há mais de 200 cepas desses vírus, mas nem todas oferecem riscos graves. Algumas cepas, no entanto, apresentam alto potencial oncogênico, sendo essa a principal causa de câncer de colo do útero. Portanto, é muito importante identificar a infecção precocemente.

O líquen escleroso é uma condição menos comum, em comparação com a candidíase e o HPV. Ainda assim, merece extrema atenção, visto que pode ter impactos severos na saúde íntima da mulher. Pacientes com essa doença podem conviver por até mais de 10 anos com a coceira. Além disso, cerca de 5% dos casos podem evoluir para um câncer de vulva.

Como diagnosticar e tratar as doenças ginecológicas?

O diagnóstico das possíveis doenças associadas à coceira íntima passa por:

  • investigação dos demais sintomas;
  • exame físico ginecológico para inspeção da vulva;
  • exame especular e coleta de conteúdo vaginal;
  • Papanicolaou;
  • colposcopia, caso sejam encontradas alterações nas células do colo uterino;
  • biópsia e estudo histopatológico.

O tratamento do sintoma e da doença subjacente é definido a partir da conclusão diagnóstica, podendo envolver desde o uso de cremes tópicos e medicações sistêmicas até abordagens cirúrgicas. As terapias fotônicas também têm sido promissoras para tratar a coceira na região íntima e as patologias ginecológicas relacionadas.

As terapias fotônicas são formas de tratamento que se valem das ações terapêuticas da luz. A terapia fotodinâmica (PDT) e a terapia fotobiomoduladora (PBM) funcionam com laser de baixa potência ou diodos emissores de luz (LED).

Aproveite para ler o texto sobre líquen escleroso vulvar e conheça essa doença e seus possíveis impactos na vida da mulher!

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