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HPV: o que é e quais são os sintomas?

Por Dra. Renata Belotto

A infecção pelo papilomavírus humano (HPV) atinge um grande número de pessoas, em idades variadas, principalmente em população sexualmente ativa. Mesmo com a disseminação de informações sobre os riscos e as formas de prevenção, essa doença ainda é um motivo de preocupação.

A infecção é silenciosa, muitas vezes achado de exame de Papanicolau e confirmada pela colposcopia e biopsia. A chance de progressão da lesão depende de fatores individuais, início de atividade sexual, multiplicidade de parceiros, tabagismo, condições imunológicas, entre outros, além da presença de HPV de alto risco.

Este texto traz informações sobre o que é o HPV, quais são os principais sintomas e possibilidades de tratamento. Acompanhe até o fim e entenda essa doença!

O que é HPV?

O HPV (papilomavírus humano) é uma infecção viral que pode ser causada por mais de 200 cepas, contaminando pessoas de ambos os sexos e de diferentes faixas etárias.

Faz parte das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), mas há formas simples de prevenção, como uso de preservativos e vacinação, que é indicada desde a pré-adolescência — para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, mas também pode ser tomada em idade adulta, atualmente nas pessoas entre 15 e 45 anos de idade, vítimas de violência sexual.

Inclusive, há uma nova vacina, desenvolvida para combater 9 cepas de HPV (6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58).

Os tipos de HPV são classificados em baixo e alto risco, sendo os tipos mais relevantes de alto risco: 16, 18, 31, 33, 35 e 45.

São vários os tipos de câncer associados a essa infecção, sendo o câncer de colo do útero o principal, além dos cânceres de vulva, vagina, boca, orofaringe, cabeça e pescoço, pênis e ânus.

Apesar dos riscos, é importante esclarecer que a pessoa que contrai a infecção por HPV não necessariamente vai desenvolver câncer, somente aquelas com riscos para a progressão e a presença dos tipos de HPVs de alto risco.

Quais são os sintomas de infecção por HPV?

Nem todos os casos de HPV apresentam sinais ou sintomas. Dessa forma, algumas pessoas podem conviver com isso sem saber que estão infectadas e, consequentemente, transmitir o vírus aos parceiros sexuais.

A sintomatologia pode variar, dependendo do tipo de vírus e da localização da infecção. Nas mulheres, os sintomas mais comuns incluem:

  • verrugas genitais (condiloma acuminado) — aparecem como pequenas protuberâncias, normalmente acompanhadas de coceira; são encontradas na vulva, no períneo, na região perianal e no colo do útero;
  • ardência e coceira — mesmo sem verrugas evidentes, algumas mulheres podem sentir desconforto e prurido (coceira) na região genital. Na ausência de lesões visíveis, exame de colposcopia pode diagnosticar e localizar lesões subclínicas;
  • sangramento anormal — esse não é um sintoma comum, mas a ocorrência de sangramento fora do período menstrual ou após a relação sexual, além de secreção vaginal anormal, pode ser indicativo de lesão grave de colo de útero;
  • alterações no exame de Papanicolau — esse é o principal sinal de que a infecção por HPV se instalou. A realização desse exame deve ser feita de forma periódica como forma de prevenção do câncer cervical. Quando há resultados alterados, a mulher segue para uma investigação mais aprofundada com outros exames.

Já nos homens, os sinais e sintomas também podem incluir verrugas genitais, que aparecem no pênis, no escroto ou na área ao redor do ânus, acompanhadas de coceira e irritação.

Como o HPV pode afetar as mucosas genital e oral, é comum aparecerem lesões na boca, caracterizadas por pequenas verrugas brancas ou avermelhadas nos lábios, na língua e na garganta. Geralmente, são indolores, mas não devem ser ignoradas.

Como diagnosticar e tratar o HPV?

O diagnóstico é feito após exame clínico e realização do Papanicolaou, no qual amostra de células do colo do útero é coletada e enviada para análise citopatológica. Quando o exame revela alterações celulares, outros exames são solicitados, como colposcopia, vulvoscopia e anuscopia. Também são feitos testes de biologia molecular para identificar o tipo viral.

As lesões de baixo risco, normalmente, não precisam de tratamento, apenas acompanhamento para prevenir a evolução da doença. Contudo, as lesões de alto risco, principalmente a neoplasia intraepitelial cervical (NIC) de alto grau, podem precisar de cirurgia, que inclui a remoção parcial do colo uterino ou, no caso de pacientes mais jovens, tratamentos ablativos.

As terapias fotônicas representam uma nova possibilidade de tratamento para HPV e das lesões precursoras de câncer no trato genital inferior. Como se trata de uma infecção viral, a abordagem indicada nesse caso é a terapia fotodinâmica, que envolve o uso de uma fonte de luz (LED ou laser de baixa potência) e de um agente químico fotossensibilizante.

Com a terapia fotodinâmica, é possível, de forma não invasiva e sem efeitos colaterais, reduzir a carga viral e inativar o vírus do HPV por promover a morte das células contaminadas e preservar o colo uterino das pacientes tratadas.

Complemente suas informações com a leitura do nosso texto principal sobre HPV!

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