A atrofia genital ou atrofia vulvovaginal (AVV) é uma condição que cursa de forma crônica e progressiva a partir da perimenopausa, embora também possa ocorrer em outras fases da vida da mulher.
A palavra “atrofia” está relacionada à diminuição de volume ou falta de desenvolvimento tecidual devido à nutrição insuficiente das células. Por sua vez, o termo trofismo reflete os aspectos de nutrição, espessura e desenvolvimento saudável dos tecidos.
A atrofia genital é caracterizada por alterações nas paredes vaginais e nos lábios vulvares, decorrentes do estado de hipoestrogenismo — redução dos níveis de estrogênio, um dos hormônios com mais funções no corpo da mulher.
Nessa condição, ocorre a diminuição das fibras de colágeno e a redução do fluxo sanguíneo local, com prejuízo na elasticidade e na lubrificação, o que resulta em ressecamento ou secura vaginal, aumentando também o risco de problemas como infecções, incontinência urinária e disfunções sexuais. Dependendo da fase de vida da mulher, esse conjunto de alterações é chamado de síndrome geniturinária da menopausa (SGM).
A falta de lubrificação, a vascularização inadequada e a redução tecidual facilitam a apresentação de outros sintomas que afetam o bem-estar da mulher, como prurido (coceira), queimação e dispareunia (dor na relação sexual).
Quais são as causas de atrofia genital?
A principal causa de atrofia genital é o hipoestrogenismo associado à menopausa. O estrogênio é produzido nos ovários de forma cíclica, ao longo da vida reprodutiva da mulher, com importante papel na regulação dos ciclos menstruais. O hormônio é responsável pela proliferação das células do endométrio (tecido que reveste o útero por dentro), deixando essa camada uterina mais espessa e apropriada para a implantação de um embrião.
Na menopausa, os ovários entram em falência, em razão do esgotamento dos óvulos armazenados. Com isso, é interrompida a produção ovariana de estrogênio e progesterona (outro importante hormônio feminino). Esses hormônios também são produzidos pelas glândulas adrenais, mas em baixa quantidade.
Além de ser fundamental para a preparação do útero, o estrogênio tem participação em vários processos do corpo feminino, como o desenvolvimento das características sexuais, a manutenção da massa óssea, a lubrificação vaginal, entre outros.
A redução do estrogênio leva a alterações estruturais nas paredes vaginais, diminuindo o número de camadas do epitélio vaginal. Isso também favorece a exposição de terminações nervosas nociceptoras, o que aumenta a predisposição à dor e sensação de queimação.
Outras causas de hipoestrogenismo e atrofia genital, além da menopausa, incluem:
- falência ovariana prematura, resultante de alterações genéticas;
- tratamentos oncológicos (quimioterapia e radioterapia);
- cirurgia ovariana;
- uso de medicamentos antiestrogênicos, como clomifeno e tamoxifeno;
- tabagismo;
- disfunções hormonais e imunológicas;
- amamentação.
Quais são os sintomas e complicações da atrofia genital?
Mulheres com atrofia vaginal podem apresentar:
- ressecamento;
- coceira;
- dor;
- queimação;
- irritação;
- dor na relação sexual;
- redução da sensibilidade prazerosa, devido à diminuição das terminações nervosas sensitivas;
- dor e ardência ao urinar;
- urgência para urinar;
- sangramento, em alguns casos.
Quanto às complicações associadas à atrofia genital, há maior predisposição para inflamação vulvovaginal, infecção urinária de repetição e incontinência urinária.
Como diagnosticar a atrofia genital?
O diagnóstico de atrofia genital é clínico, baseado nas queixas apresentadas pela mulher, como dor e queimação, falta de lubrificação vaginal, dor na relação sexual e redução da sensibilidade prazerosa.
No exame ginecológico, pode-se observar uma vulva pálida e apagamento ou redução de volume dos grandes e pequenos lábios. Também há tendência para o encurtamento e estreitamento da vagina e redução do introito vaginal.
O exame especular revela uma mucosa vaginal seca, frágil e fina, com maior desconforto da paciente durante a inspeção. Ocasionalmente, há pequenas áreas de sangramento. Já a presença de secreção sugere alterações na microbiota vaginal com maior suscetibilidade para processos infecciosos.
Como tratar a atrofia genital?
A melhora dos sintomas da atrofia genital é obtida com terapia de reposição hormonal, feita, principalmente, com medicações à base de estrógenos. No entanto, o uso sistêmico de hormônios pode causar efeitos adversos. Além disso, algumas pacientes são contraindicadas a esse tipo de terapia.
Mulheres com sintomas leves também podem receber prescrição para o uso de lubrificantes e cremes vaginais, preferencialmente, produtos menos alergênicos para evitar a piora de manifestações como prurido e irritação.
Atualmente, é possível tratar a atrofia genital com algumas energias, entre elas: laser, radiofrequência e ultrassom microfocado. Entre as terapias fotônicas, incluímos a fotobiomodulação.
A terapia fotobiomoduladora (PBM) consiste na aplicação de laser de baixa potência ou LED para ativar respostas nos tecidos biológicos. As alterações a nível celular e molecular promovem:
- proliferação dos fibroblastos;
- aumento do colágeno tecidual;
- neoangiogênese (crescimento de novos vasos sanguíneos) e vascularização adequada;
- recuperação do trofismo;
- redução de sintomas, como dor e prurido;
- aumento da lubrificação natural.
Com esses e outros efeitos, as terapias fotônicas têm se mostrado efetivas para melhorar a atrofia genital e várias outras disfunções ginecológicas. Assim, a partir de um tratamento não invasivo e com rápidos resultados, a mulher pode ter uma série de benefícios, como redução de dor e desconforto, prevenção de doenças urogenitais e vivência mais satisfatória na função sexual.