Dentre as inúmeras patologias que a mulher pode desenvolver ao longa da vida, estão os líquens. Muitas desconhecem esse tipo de doença ou têm dúvida quanto às diferenças entre líquen escleroso vulvar (LEV), líquen plano (LP) e líquen simples crônico (LSC).
Aqui, vamos falar sobre o líquen escleroso e as alterações que ele pode provocar na vulva, sendo essa uma doença muito impactante na vida da mulher e que requer diagnóstico correto e tratamento efetivo.
Continue a leitura e confira as informações que reunimos!
O que é líquen escleroso?
O líquen escleroso vulvar é uma dermatose inflamatória crônica que atinge, principalmente, mulheres com mais de 50 anos, embora possa se desenvolver em qualquer idade (raramente, em crianças).
A doença afeta a vulva, períneo e a região perianal, causando coceira intensa. Esse é o sintoma principal e que pode durar mais de 10 anos, até que a mulher chegue ao diagnóstico de líquen escleroso.
Acredita-se que o LEV seja causado, principalmente, por fatores autoimunes. Além disso, alterações hormonais e componentes genéticos parecem aumentar o risco para o desenvolvimento da doença.
A coceira, por si só, já causa impacto negativo no dia a dia, pois pode ser intensa e persistente, comprometendo também o aspecto emocional da portadora.
Além do desconforto frequente causado pelo prurido, há sérias consequências quando o líquen escleroso vulvar não é tratado, incluindo:
- estenose vaginal;
- fechamento das aberturas da vagina, uretra, devido à fusão dos lábios vulvares, além de situação similar em região perianal;
- evolução para câncer de vulva.
A estenose é caracterizada pela fusão de lábios vulvares, condição que pode gerar fimose clitoridiana em virtude do processo inflamatório crônico e prurido intenso, com formação de tecido cicatricial. Essas duas condições impedem as atividades sexuais, além de prejudicar a micção — a evacuação também é prejudicada quando as aderências cicatriciais se formam na região perianal.
Há 5% de chance de que o LEV provoque a doença maligna. Vale lembrar que a principal causa de lesões precursoras de câncer de vulva, vagina e colo do útero é a infecção por HPV (papilomavírus humano), outra patologia que requer extrema atenção.
Quais são os sintomas?
Os sinais e sintomas de líquen escleroso vulvar incluem:
- prurido intenso e prolongado, que chega a durar muitos anos quando não tratado;
- fissuras causadas pela coceira excessiva;
- dor e irritação na vulva;
- dor na relação sexual (quando ainda é possível);
- modificação no depósito de colágeno local, que leva à intensa atrofia genital;
- dificuldades para urinar e evacuar;
- placas brancas que podem aparecer em toda região anogenital, devido à alteração na vascularização.
Alguns desses sintomas, como a coceira e a dor vulvar, também aparecem nos outros tipos de líquen, mas há particularidades. As placas brancas que aparecem nos lábios vulvares, no períneo e na área perianal também são características do líquen escleroso.
As lesões que aparecem no líquen plano e no líquen simples crônico são diferentes: no LP, elas são planas, descamativas e erosivas, podem surgir na pele, em várias partes do corpo, e nas mucosas oral e genital; no LSC, as lesões são elevadas e crostosas, causadas pelo ciclo vicioso de coçar, que provoca o espessamento da pele.
Outra doença confundida com os estágios iniciais do líquen é a candidíase, uma das principais infecções ginecológicas. A candidíase é uma condição comum, causada por fungos, e tem a coceira genital como o principal sintoma.
A própria mulher imagina que tem candidíase quando percebe a coceira persistente na região íntima. Entretanto, os sintomas dessa infecção facilmente regridem com o tratamento convencional, que envolve fármacos antifúngicos tópicos e orais. Nos casos de líquen escleroso vulvar, o prurido se agrava com o passar dos anos e pode levar aos quadros mais graves que mencionamos.
Como é o diagnóstico e o tratamento dessa doença?
O líquen escleroso vulvar é diagnosticado a partir do exame clínico, que inclui a investigação dos sintomas e o exame físico ginecológico. A experiência do profissional é determinante para chegar ao diagnóstico correto, visto que essa doença pode ser confundida com diversas outras (candidíase, LP, LSC, vitiligo etc.).
O tratamento padrão é feito com corticosteroides tópicos ultrapotentes. Embora a terapia farmacológica reduza o processo inflamatório local e alivie os sintomas, há efeitos colaterais, como a atrofia genital.
Uma alternativa na clínica atual é o uso das terapias fotônicas: a terapia fotodinâmica (PDT) e a terapia fotobiomoduladora (PBM), que são baseadas no uso de luz para promover alterações celulares e, consequentemente, efeitos de cura em tecidos biológicos lesionados.
As terapias fotônicas são eficientes para tratar líquen escleroso vulvar e os outros tipos de líquen, além de uma gama bem maior de doenças, inclusive infecções e tumores.
Saiba mais com a leitura do texto principal sobre o líquen escleroso vulvar (LEV)!