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O que é genitoscopia e colposcopia?

Por Dra. Renata Belotto

A saúde da mulher requer atenção e cuidados constantes. As visitas regulares ao consultório de ginecologia são essenciais para uma avaliação abrangente e para a realização de exames importantes, como Papanicolaou.

Nas consultas ginecológicas, vários aspectos da saúde feminina são avaliados, tais como regularidade dos ciclos menstruais, métodos de contracepção, sinais e sintomas de infecções, entre outras condições de saúde geral. O exame físico também permite a observação de lesões clínicas na vulva, vagina e no colo do útero, como as verrugas genitais.

Os exames ginecológicos ajudam a prevenir possíveis complicações, pois permitem o diagnóstico precoce de doenças, especialmente o HPV. Grande parte das infecções por esse grupo de vírus não chega a se agravar, mas sabemos que essa é a principal causa de câncer de colo do útero e outros tipos de câncer do trato genital inferior. Portanto, a prevenção é a melhor conduta.

Veja, neste post, qual é a importância dos exames de genitoscopia e colposcopia nos cuidados com a saúde da mulher!

O que é genitoscopia?

Genitoscopia é um exame de magnificação que avalia o trato genital inferior, tanto o feminino quanto o masculino. Isso permite que lesões não visualizadas a olho nu sejam realçadas, revelando doenças que podem afetar vulva, vagina, colo do útero, períneo, região perianal, ânus e pênis.

Conforme o órgão específico a ser avaliado, esse exame recebe diferentes nomes, como: colposcopia, vulvoscopia, anuscopia e peniscopia, mas o termo genitoscopia é o mais abrangente e o mais indicado.

As lesões de HPV estão entre as principais alterações detectadas com a genitoscopia, mas sinais de outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) também podem ser encontrados durante o exame.

Quando a área examinada se apresenta com anormalidades, pode-se realizar uma biópsia (retirada de fragmento do tecido afetado) e o material é enviado para análise anatomopatológica, a fim de averiguar se as lesões são benignas ou malignas.

Outros procedimentos também podem ser feitos durante a genitoscopia, incluindo biologia molecular para estudar o DNA dos patógenos e identificação do tipo de HPV.

O que é colposcopia?

A colposcopia consiste na avaliação dos tecidos da vagina e do colo do útero por meio de ampliação das imagens por um sistema de lentes de aumento que compõe o colposcópio.

Não é uma técnica recente na clínica ginecológica. Desde suas primeiras descrições, na década de 1920, o aumento da cérvice com o uso da colposcopia tem contribuído para as pesquisas sobre neoplasias no colo do útero.

O exame tem grande relevância até os dias de hoje, pois serve para detectar alterações benignas, pré-malignas e malignas. O diagnóstico das lesões precursoras de câncer no trato genital inferior é de suma importância para indicar o tratamento adequado e evitar a lesão invasora.

A moderna colposcopia é feita com um equipamento que produz imagens de alta resolução, possibilitando a avaliação precisa das alterações epiteliais do trato genital inferior.

Quando esses exames são indicados?

Genitoscopia e colposcopia não são exames realizados periodicamente por todas as mulheres. As indicações estão associadas à suspeita de doença pré-maligna ou maligna no trato genital inferior, por exemplo, nos seguintes casos:

  • alterações celulares reveladas no resultado do Papanicolaou;
  • diagnóstico de HPV ou outra IST;
  • parceiro sexual diagnosticado com HPV ou outra IST;
  • lesões vulvares, vaginais ou perianais suspeitas, como as verrugas genitais;
  • sangramento anormal (após a relação sexual ou intermenstrual);
  • inflamação no colo uterino ou outras infecções genitais de repetição.

O exame é simples e indolor, feito com a mulher em posição ginecológica, enquanto o equipamento (colposcópio) é posicionado a cerca de 30 cm de distância do trato genital.

O aparelho, que possui lentes de aumento, permite uma ampliação do colo do útero em até 40 vezes. Assim, é possível localizar, quantificar e diferenciar as lesões. Ademais, a área examinada é fotografada para acompanhar a evolução do quadro.

Na preparação para o exame, a paciente é orientada a não ter relações sexuais nos 3 dias anteriores e não utilizar cremes vaginais. Além disso, o exame deve ser feito fora do período menstrual.

A periodicidade varia a cada caso. Quando há anormalidades, o médico pode indicar o acompanhamento de acordo com o diagnóstico e faixa etária. No entanto, como já dito, esses exames não são feitos rotineiramente por mulheres saudáveis. O Papanicolaou, por sua vez, deve ser realizado de forma periódica, com um intervalo máximo de 3 anos após 2 resultados normais.

Além do acompanhamento ginecológico regular, é fundamental que a mulher esteja sintonizada com seu próprio corpo e seja capaz de reconhecer sinais e sintomas de alterações. Dessa forma, há mais chances de buscar auxílio médico para obter um diagnóstico precoce e iniciar o tratamento adequado.

Dentre as formas inovadoras de tratamento para as doenças do trato genital, estão as terapias fotônicas, que utilizam as propriedades curativas da luz. Em casos de infecções, como o HPV, a terapia fotodinâmica (PDT) é a abordagem escolhida.

Como você viu, genitoscopia e colposcopia, assim como o exame clínico e o Papanicolaou, são exames importantes na avaliação da saúde da mulher, pois podem ajudar na prevenção do câncer de colo do útero e no manejo de outros tipos de lesões precursoras do câncer do trato genital inferior.

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