As terapias fotônicas são formas inovadoras de tratamento, baseadas na utilização da luz para promover a regeneração de tecidos biológicos lesionados. São aplicadas para tratar dor, inflamação e acelerar a cicatrização de feridas, entre outros efeitos. Além disso, é possível até combater a ação de microrganismos infecciosos e tratar tumores com a terapia fotodinâmica (PDT), em específico.
O uso da luz para obter efeitos de cura não é recente. Civilizações antigas já recorriam a essa prática muito antes da era das pesquisas científicas. Hoje, vários estudos estão documentados e comprovam a efetividade do uso de laser de baixa potência e outras fontes da luz.
Este texto explica o que é a PDT, como funciona e quais condições pode tratar. Continue a leitura e entenda!
O que é terapia fotodinâmica?
PDT é a sigla para photodynamic therapy, uma terapia não invasiva que utiliza uma fonte de luz, um fármaco fotossensibilizante e oxigênio molecular. A combinação desses 3 elementos gera espécies reativas de oxigênio que matam as células doentes e desencadeiam processos de cura e reparação tecidual.
A outra terapia fotônica é a terapia fotobiomoduladora (PBM), que também tem ações curativas com o uso da luz, mas não envolve o uso de um agente fotossensibilizante. Portanto, a escolha entre uma ou outra técnica depende da doença que precisa ser tratada.
A PBM modula os processos inflamatórios e tem efeitos analgésicos e cicatrizantes. A PDT também tem esses efeitos, além de ser antiviral, antibacteriana, antifúngica e antitumoral. Por isso, tem sido utilizada no tratamento de diversas infecções e de lesões precursoras de câncer.
Quais são as aplicações da PDT?
Apesar de ser uma terapia relativamente nova, a PDT tem se mostrado eficaz para tratar diferentes condições clínicas. Seus benefícios já são reconhecidos em várias áreas, como a ginecologia, a dermatologia, a oncologia e a fisioterapia.
Considerando as diversas especialidades médicas que já fazem uso da terapia fotodinâmica, podemos mencionar as aplicações no tratamento das seguintes doenças:
- câncer de pele, de esôfago, de bexiga e outros;
- úlcera;
- pé diabético;
- artrite e artrose;
- infecções de vários tipos;
- doenças benignas de pele, como acne, psoríase e dermatoses em geral.
Dependendo do diagnóstico, a terapia fotodinâmica pode ser utilizada isoladamente ou junto com outras modalidades terapêuticas, como a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia em casos de câncer.
Na área de ginecologia, a PDT já é aplicada com sucesso nas seguintes situações:
- infecções, como candidíase vulvovaginal e HPV;
- doenças dermatológicas que afetam a região da vulva, como os 3 tipos de líquen (escleroso, plano e simples crônico);
- lesões pré-cancerosas no colo do útero e em outras partes do trato genital inferior;
- outras doenças mais raras, mas potencialmente limitantes, como hidradenite supurativa, linfangioma cutâneo de vulva e doença de Paget extramamária.
Como a PDT funciona?
A terapia fotodinâmica funciona a partir da absorção da luz pelas células do tecido alvo, o que desencadeia reações fotofísicas e fotoquímicas que produzem efeitos terapêuticos importantes, como a redução de dores e inflamações.
O procedimento da terapia fotodinâmica passa por três etapas: aplicação do agente químico fotossensibilizante, ativação do fármaco por uma luz com comprimento de onda específico e ocorrência de reações fotofisicoquímicas.
Após a aplicação do fármaco fotossensibilizante, espera-se um curto período para que ele seja absorvido pelas células-alvo. Depois disso, a emissão da luz na área a ser tratada desencadeia modificações a nível celular e molecular, que levam à destruição das células doentes, preservando os tecidos saudáveis próximos.
Devido ao seu potencial seletivo, a PDT não tem efeitos colaterais comuns em outros tratamentos mais invasivos. Além disso, essa terapia pode ser aplicada de forma ambulatorial, portanto, sem necessidade de internação hospitalar.
Com o avanço da tecnologia e o desenvolvimento de novas pesquisas na área, acreditamos que as terapias fotônicas se tornem cada vez mais acessíveis e eficientes no tratamento de mais e mais doenças, representando uma alternativa menos invasiva e com muitos benefícios clínicos.
É fundamental, no entanto, receber o diagnóstico correto para que o problema seja efetivamente tratado. Há condições com sintomatologia semelhante a outras que podem ser mal diagnosticadas e subtratadas.
Na clínica ginecológica, em específico, recebemos mulheres que sofrem há muitos anos com doenças sérias, como líquen escleroso vulvar, devido à falta de diagnóstico correto. Essa e outras alterações vulvares precisam ser tratadas o quanto antes, pois podem impactar a qualidade de vida da mulher.
Diante da comprovação de seus resultados benéficos no tratamento de várias doenças ginecológicas, a terapia fotodinâmica representa uma alternativa promissora para os cuidados com a saúde feminina.
Aproveite e complemente suas informações com a leitura do texto principal sobre terapia fotodinâmica (PDT)!